Como funciona o divórcio em Portugal

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Como Funciona o Divórcio em Portugal

O divórcio é um processo legal que dissolve o vínculo matrimonial entre duas pessoas. Em Portugal, a legislação sobre o divórcio é regulada pelo Código Civil e pode variar consoante as circunstâncias do casal. Este artigo irá explorar detalhadamente como funciona o divórcio em Portugal, abordando os tipos de divórcio, o processo legal, os direitos e deveres dos cônjuges, bem como as implicações financeiras e patrimoniais.

Tipos de Divórcio

Em Portugal, existem principalmente dois tipos de divórcio:

1. Divórcio por Mútuo Consentimento

O divórcio por mútuo consentimento ocorre quando ambas as partes concordam em terminar o casamento. Este tipo de divórcio é geralmente mais simples e rápido, uma vez que não exige a apresentação de provas de culpa. Para proceder com este tipo de divórcio, os cônjuges devem:

  • Elaborar um acordo de divórcio, que deve incluir a partilha de bens, a guarda dos filhos, e a pensão de alimentos, se aplicável.
  • Apresentar este acordo ao tribunal, que irá validá-lo.

O divórcio por mútuo consentimento pode ser feito através de um processo judicial ou extrajudicial, dependendo da complexidade da situação.

2. Divórcio Sem Consentimento

O divórcio sem consentimento é aquele em que uma das partes não concorda com a separação. Neste caso, o cônjuge interessado em terminar o casamento deve apresentar uma ação de divórcio no tribunal, alegando motivos que justifiquem a separação. Os motivos podem incluir:

  • Adulterio.
  • Violência doméstica.
  • Abandono do lar.
  • Desentendimentos graves que tornem a vida em comum insuportável.

O tribunal irá avaliar as provas apresentadas e decidir se o divórcio deve ser concedido ou não.

O Processo de Divórcio

O processo de divórcio em Portugal envolve várias etapas, dependendo do tipo de divórcio solicitado.

Etapas do Divórcio por Mútuo Consentimento

  1. Elaboração do Acordo: Os cônjuges devem discutir e chegar a um consenso sobre todos os aspectos relevantes, como a partilha de bens e a guarda dos filhos.
  2. Reunir Documentação Necessária: Esta documentação pode incluir certidões de nascimento dos filhos, comprovativos de rendimentos, e documentos que comprovem a titularidade dos bens.
  3. Presentação no Tribunal: O acordo deve ser apresentado no tribunal competente para aprovação. O tribunal irá verificar se o acordo é justo e se respeita os direitos de ambas as partes e dos filhos.
  4. Sentença de Divórcio: Se o tribunal aprovar o acordo, será emitida uma sentença de divórcio que torna oficial a dissolução do casamento.

Etapas do Divórcio Sem Consentimento

  1. Petição Inicial: O cônjuge que deseja o divórcio deve apresentar uma petição inicial no tribunal, incluindo os motivos para a separação.
  2. Notificação do Outro Cônjuge: O cônjuge que não pediu o divórcio será notificado e terá a oportunidade de responder à ação.
  3. Audiência: O tribunal poderá agendar uma audiência onde ambas as partes poderão apresentar as suas provas e testemunhas.
  4. Sentença de Divórcio: Após a análise do caso, o tribunal emitirá uma sentença que pode aprovar ou rejeitar o pedido de divórcio.

Direitos e Deveres dos Cônjuges

Durante o processo de divórcio, é crucial que ambos os cônjuges se lembrem dos seus direitos e deveres:

Direitos

  • Direito à Informação: Ambos os cônjuges têm o direito de serem informados sobre todos os aspectos do processo de divórcio.
  • Direito à Participação: Cada cônjuge tem o direito de participar ativamente no processo, apresentando provas e testemunhas.
  • Direito à Partilha de Bens: Os cônjuges têm direito à partilha equitativa dos bens adquiridos durante o casamento.

Deveres

  • Dever de Colaboração: Os cônjuges devem colaborar entre si para resolver as questões relacionadas ao divórcio, especialmente quando existem filhos menores.
  • Dever de Pagamento de Pensão: Se houver filhos envolvidos, ambos os cônjuges têm o dever de contribuir para o sustento deles, mesmo após a separação.

Implicações Financeiras e Patrimoniais

O divórcio pode ter um impacto significativo nas finanças de ambos os cônjuges. Algumas das principais considerações incluem:

Partilha de Bens

Em Portugal, os bens adquiridos durante o casamento são, em regra, considerados bens comuns e devem ser partilhados equitativamente entre os cônjuges. Existe, no entanto, a possibilidade de haver um regime de separação de bens, onde cada cônjuge mantém a propriedade dos bens adquiridos durante o casamento.

Pensão de Alimentos

A pensão de alimentos é uma obrigação financeira que um cônjuge pode ter para com o outro ou para com os filhos. A pensão deve ser acordada entre as partes ou determinada pelo tribunal, levando em consideração fatores como:

  • As necessidades do beneficiário.
  • As capacidades financeiras do devedor.
  • As circunstâncias específicas do caso.

Impostos

O divórcio também pode ter implicações fiscais. A partilha de bens pode estar sujeita a impostos, e os cônjuges devem estar cientes das suas obrigações fiscais após a separação.

Considerações Finais

O divórcio é um processo complexo que pode ter um impacto significativo na vida de ambas as partes envolvidas. É fundamental que os cônjuges estejam informados sobre os seus direitos e deveres e considerem a possibilidade de consultar um advogado especializado em direito de família para garantir que o processo seja conduzido da melhor forma possível.

Conclusão

Em suma, entender como funciona o divórcio em Portugal é essencial para quem está a considerar esta opção. Desde os diferentes tipos de divórcio até o processo legal e as implicações financeiras, cada aspecto deve ser cuidadosamente analisado. O divórcio é um momento difícil, mas com o devido conhecimento e apoio, é possível navegar por este processo de forma mais tranquila e organizada.

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