Erro Médico em Portugal: Indemnizações, Dano Moral e Direitos em Caso de Óbito
O erro médico é uma realidade sensível e, muitas vezes, devastadora para pacientes e famílias em Portugal. Apesar da confiança que depositamos nos profissionais de saúde, falhas podem acontecer — e, quando configuram negligência, imperícia ou imprudência, podem dar origem a pedidos de indemnização por danos patrimoniais e morais.
Em especial, situações que envolvem óbito por erro médico exigem uma análise jurídica cuidadosa, pois envolvem o sofrimento de familiares e a responsabilização civil (e, eventualmente, penal) dos envolvidos. Neste artigo, elaborado pela equipa do escritório Cunha e Silva Advogados, vamos esclarecer os principais pontos sobre a responsabilidade médica, como funciona a ação por danos, quem tem direito a receber compensação em caso de morte, e a importância de recorrer a um advogado especializado em demandas de erro médico.
O Que É Considerado Erro Médico em Portugal?
Erro médico é toda conduta ou omissão de um profissional de saúde (médico, enfermeiro, técnico ou instituição hospitalar) que desvia-se dos padrões aceites da medicina e causa prejuízo ao paciente.
Os principais tipos de erro médico são:
-
Diagnóstico incorreto ou tardio;
-
Erro em cirurgia (instrumentos esquecidos no corpo, perfurações indevidas);
-
Prescrição errada de medicamentos;
-
Atraso no atendimento;
-
Inobservância de exames ou sintomas evidentes;
-
Falta de consentimento informado.
Para que o erro seja juridicamente relevante, é necessário que ele tenha causado um dano ao paciente e que haja nexo de causalidade entre a conduta do profissional e esse dano.
Como Comprovar o Erro Médico?
O primeiro passo é reunir o maior número possível de documentos médicos:
-
Registos clínicos do paciente;
-
Prescrições e relatórios hospitalares;
-
Resultados de exames;
-
Declarações de óbito (se for o caso);
-
Eventuais testemunhos de outros profissionais ou familiares.
Além disso, frequentemente é necessário solicitar um parecer técnico de um perito médico independente, que avaliará se houve violação do dever de cuidado.
O apoio de um advogado especializado em demandas de erro médico é fundamental desde o início para orientar sobre quais provas são relevantes e qual a melhor estratégia jurídica.
Dano Moral e Quem Pode Receber em Caso de Óbito de Erro Médico
Quando o erro médico resulta na morte do paciente, abre-se a possibilidade de pedido de indemnização por danos morais aos familiares próximos.
O Que É Dano Moral?
O dano moral corresponde à dor, sofrimento, angústia e perturbações psicológicas causadas a uma pessoa em virtude de um evento ilícito ou injusto. No contexto médico, o dano moral pode decorrer:
-
Da perda de um ente querido por erro clínico;
-
Da ansiedade e frustração provocadas por um tratamento defeituoso;
-
Da limitação física permanente após um procedimento incorreto.
Quem Pode Receber em Caso de Óbito?
Segundo a jurisprudência portuguesa, têm legitimidade para reclamar indemnização por dano moral os familiares diretos da vítima, como:
-
Cônjuge ou companheiro(a);
-
Filhos;
-
Pais;
-
Irmãos (em alguns casos, desde que haja vínculo afetivo comprovado);
-
Outros herdeiros legais ou pessoas que viviam sob dependência do falecido.
A questão de dano moral e quem pode receber em caso de óbito de erro médico é tratada caso a caso, sendo considerados o grau de parentesco, a convivência, a dependência emocional e, eventualmente, económica entre a vítima e o requerente.
Valores de Indemnização por Erro Médico em Portugal
Os tribunais portugueses não têm tabelas fixas, mas a jurisprudência aponta critérios objetivos e subjetivos, como:
-
Gravidade do erro;
-
Idade da vítima;
-
Grau de culpa do profissional ou hospital;
-
Impacto do evento na vida do paciente ou dos familiares;
-
Duração do sofrimento ou do processo de doença.
Por exemplo, já houve decisões que atribuíram:
-
Entre 30.000 € a 100.000 € por danos morais em caso de morte por erro médico;
-
Entre 10.000 € a 50.000 € por danos morais em casos de sequelas graves (ex: paralisia, perda de funções vitais);
-
Valores adicionais por danos patrimoniais, como despesas médicas, funeral, perda de rendimento, entre outros.
Responsabilidade Civil Médica em Portugal: Pública e Privada
Em Portugal, o sistema de saúde pode ser público (SNS) ou privado. A responsabilidade civil varia conforme o tipo de instituição onde o erro ocorreu:
1. Erro Médico no SNS (Hospitais Públicos)
Nestes casos, aplica-se o regime da responsabilidade civil extracontratual do Estado. O pedido de indemnização é feito contra a entidade pública (Administração Regional de Saúde, hospital universitário, etc.), que será responsabilizada pelos atos de seus profissionais.
O processo deve ser proposto nos tribunais administrativos, exigindo especialização jurídica na área do contencioso administrativo.
2. Erro Médico em Hospitais Privados
Aqui, aplica-se o regime civil comum, sendo a clínica, hospital ou profissional diretamente responsável. Nestes casos, o processo corre nos tribunais cíveis.
Em ambos os casos, o apoio de um advogado com experiência específica é crucial para garantir que a ação seja corretamente direcionada e que todos os prazos e requisitos legais sejam cumpridos.
O Papel do Advogado Especializado em Demandas de Erro Médico
Erros médicos envolvem não apenas o sofrimento das vítimas, mas também aspectos técnicos, legais e médicos complexos, que exigem conhecimento especializado. Por isso, é essencial procurar um advogado especializado em demandas de erro médico, que possa:
-
Avaliar a viabilidade da ação;
-
Indicar peritos de confiança;
-
Redigir o pedido de indemnização com base na legislação e na jurisprudência;
-
Representar os interesses dos familiares no processo;
-
Negociar acordos ou propor ações judiciais quando necessário.
Na Cunha e Silva Advogados, temos um histórico sólido de atuação em ações por erro médico, defendendo os interesses de pacientes e famílias com empatia, rigor técnico e dedicação.
Prazos para Reclamar por Erro Médico
O prazo para exercer o direito de ação é de:
-
3 anos, a contar da data em que o lesado teve conhecimento do dano e da identidade do responsável;
-
No caso de erro médico com morte, o prazo também é de 3 anos, contados da data do óbito.
Por isso, é fundamental agir com rapidez, especialmente porque a recolha de provas médicas e testemunhais deve ser feita ainda com o caso fresco e documentado.
Como Proceder em Caso de Suspeita de Erro Médico?
Se você ou um familiar suspeita que houve erro no tratamento médico, siga os passos abaixo:
-
Solicite os registos clínicos completos ao hospital ou clínica (é seu direito legal);
-
Anote datas, nomes de profissionais e todos os procedimentos realizados;
-
Guarde exames, receitas, notas médicas e comunicações escritas;
-
Contacte um advogado especialista, que irá analisar a situação e indicar a melhor via legal (ação judicial ou tentativa de acordo extrajudicial);
-
Em caso de óbito, não assine documentos de renúncia à indemnização sem orientação jurídica.
Conclusão
O erro médico é uma das formas mais graves de violação da confiança entre paciente e profissional de saúde. Quando acarreta consequências irreversíveis, como o óbito, não se trata apenas de uma questão legal — mas de justiça, dignidade e reparação.
Saber quem pode receber em caso de óbito de erro médico e como buscar indenização por dano moral são passos fundamentais para garantir que os direitos dos familiares não sejam ignorados. Além disso, o apoio jurídico de um advogado especializado em demandas de erro médico é determinante para o êxito da causa e a valorização adequada da dor vivida.
Se você enfrenta ou enfrentou uma situação semelhante, entre em contacto com a nossa equipa no cunhaesilvaadvogados.pt. Atuamos com total discrição, sensibilidade e compromisso com a verdade dos factos e a reparação que cada cliente merece.
📞 Cunha e Silva Advogados — Especialistas em Direito Médico e Responsabilidade Civil
A sua voz em momentos de dor e injustiça.


